ENTRE ESTROFES E DELITOS
(Lena Ferreira)
E vi caírem pouco a pouco, uma a uma,
as nuvens grávidas de cismas absurdas
que ocultavam as estrelas cintilantes
dependuradas pelos céus de tanta mente.
Precipitadas, inundaram o vão do abismo
tanto cinismo em versos e risos amuados
e transformaram num inferno, o paraíso
então mordido pelos lábios inclementes.
Caíam todas, tantas, tontas em vertigens,
eram fuligens as provas do extinto caso
não por acaso, irrefutável; só delírios.
No julgamento, não contaram com a sorte
acharam a morte antes de chegarem à boca;
morreram loucas entre estrofes e delitos.