Houve
um tempo em que os precipícios
convidando-me
a um cego salto,
seduzia
(eu, um ser incauto,
me
lançava no fim sem princípios)
...e
não via
Houve
um tempo em que os abismos
atraentes
com os seus tantos vãos
acenavam
(eu, poupando os nãos,
me
entregava qual nos romantismos)
...e
não via
Houve
um tempo em que uma chuva forte
alagou
estes olhos e o norte
ficou
claro, então, como o dia
...que,
até então, não via
Outros
tempos, é certo, virão
mas
já posso, com a nova visão
enxergar o que é só euforia
OUTROS
TEMPOS – Lena Ferreira – fev.14