Ah, mar... Traiçoeiro,
traiçoeiro,
navega-me nas horas
imprecisas
e salmourando os olhos
e a língua
afoga as vagas tintas
da razão.
Com ondas e mais ondas
escaldantes
turvando-me a visão,
enxergo nada
braçadas são inúteis
nessas horas
melhor por-me à
deriva, paciente.
Quem dera fosse a
brisa, eternamente
beijando à tardinha os
meus cabelos
ou mesmo vento morno
que, à noitinha,
embala o sono bom,
serenamente.
Mas é só esse mar...
À revelia
alimentando ânsias e,
faminto,
mordisca minha noite,
até que um dia
altera luas, acordando
o instinto.
À REVELIA - Lena
Ferreira - *re.*
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