sexta-feira, 17 de maio de 2013

QUASE VENTO


Pois se deságuo feito chuva em sua senda inteira
ascendendo o fogo morno, afagando brasa em pele
- afogando pelos em apelos -
é porque, nuvem sendo, condenso saliva, suores, humores
desabando em ciclo vivo no céu sereno que sua boca quente

Há desassossegos imersos nesse mar de calma aparente
seguros no fundo por crivos acidulados pela inconstância

Sendo assim, traga a boca da alma pra mais perto
beba da palavra sacrossanta que ofereço
e matarei sua sede com o vinho extinto do segredo:
embriaguei-me com essa brisa leve, quase vento,
que esconde por detrás desses seus olhos de sol...

QUASE VENTO - Lena Ferreira – maio/13

2 comentários:

  1. Passando para saborear teus versos e deixar uma homenagem.

    POETA

    Poeta é bicho carpinteiro,
    com borboletas no estômago
    e pirilampos no olhar.

    Beijo ternurento.

    Clau Assi

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  2. Delícia de visita, Clau. Feliz aqui. Gratíssima, querida poeta, pela linda homenagem. Beijo sereno, amada.

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