Sei
lá o porquê de escrever assim, dizendo o que me vem à mente em versos
reticentes e desconexos; incompreensíveis. De certo é pelo vício
adquirido de me deixar vazar pela luz da lua e deitar-me com as estrelas
frias, diariamente; sei lá porquê...
Talvez pelo fato da agonia cortante que me aflige a alma, - insistente-
queira esvaziar-me por breve instante. Talvez...Só sei que, quando
escrevo assim, -relatando as marés que me consomem- sinto um conforto
doce, embora passageiro, que tempera a acidez de minha alma.
Sei
lá...Podem me lançar rótulos, os mais diversos e confusos, mas não
abrirei mão dessa demência de por a alma à luz desses julgamentos
diários. Sei lá porquê...
SEI LÁ - Lena Ferreira -
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