Há tanta coisa que se
esconde em cada riso, em cada gosto, em cada canto, em cada não. Há
tanta coisa que se esconde em cada gosto, em cada rito, em cada
pranto, em cada grito sem razão.
E por que não dizer
que o que se esconde torna a gente transparente? E por que sim dizer
que o que se mostra torna a gente indecente?
Há tanta coisa que se
esconde no armário, no porão, principalmente nas gavetas da fala.
Há tanta coisa que se esconde quando o verbo, mesmo indignado,
resigna-se e então se cala.
Há tanta coisa ainda que não sei da vida mas,
vivendo é que procuro aprender. Sei que é uma busca infinda e, no
correr da lida, a minha história, só eu posso escrever: cada
vírgula, cada exclamação, cada reticência e cada interrogação
até o ponto final.
ATÉ – Lena Ferreira
– mai.14
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