SEMENTE
(Lena Ferreira)
Não, eu não tenho mais aquela pressa
aquela que me fazia cortejar os abismos
e namorar precipícios futuros; incertos passos
tropeços natos em relatos infundados
Hoje, dou-me o prazer de saborear palavras
e tirar o sumo do silêncio casto com cuidado
tateando signos, semelhanças e segredos; os meus
sabendo que do nada sei tão pouco e de tudo, nada sei
Busco em mim a paz para estampar um sorriso novo
e por gosto, transito leve entre nuvens virgens
aguardando pela chuva que fará florir rica semente
na mente, antes ansiosa, que agora espera pacientemente
No peito, pulsa um amor puro - o próprio - e bastante
capaz de levar adiante a certeza de que sendo assim
poderei amar ao outro com muito mais leveza; fato!
E assim tenho seguido em frente, passos miúdos
e não me iludo no trajeto, convocando os meus dias
pra me acompanharem nessa lida leve e infinda
que me brinda em descoberta de um pouco mais de mim.
Lindo Lena...
ResponderExcluirMe encontro acolhida em sua poesia.
Fico feliz, Vânia. Muito feliz que tenha se identificado. Obrigada pelo carinho da visita. Beijos.
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